Tancredo Neves ao centro, em seu discurso pós-vitória. Fonte: O Globo |
Fontes: Câmara dos Deputados, Jornal do Brasil (RJ) e EBC
Há 30 anos, em 15 de janeiro de
1985, Tancredo Neves vencia eleição indireta para a presidência da República.
Seria o primeiro civil eleito presidente depois de mais de 20 anos de generais
à frente do poder no Brasil, o que sinalizava o reencontro do País com a
democracia.
Tancredo Neves, candidato da
Aliança Democrática (união do PMDB com a Frente Liberal, formada por
dissidentes do PDS), é eleito no Colégio Eleitoral, tendo como vice José
Sarney. São 480 votos a favor (sendo 166 oriundos de deputados do PDS), contra 180
dados a Paulo Maluf, candidato do PDS, e 26 abstenções.
A eleição de Tancredo marcou o
rompimento de quase 21 anos de regime militar no País, a partir de 31 de março
de 1964. A chapa de Tancredo e Sarney, a Aliança Democrática, foi formada após
a derrota no Congresso, em abril de 1984, da emenda Dante de Oliveira, que
previa eleições diretas para presidente da República.
“Vim promover mudanças. Mudanças
políticas, econômicas, culturais. Mudanças reais e irreversíveis”, declarou
Tancredo em seu primeiro discurso como Presidente eleito, acrescentando que, em
seu governo, seriam criados muitos novos empregos e que a economia brasileira
retomaria o crescimento. "Não há pátria onde falta a democracia",
proclamou.
Após a confirmação da vitória de Tancredo. Fonte: UOL |
O então Presidente da República
João Figueiredo, que não assistiu à reunião do Colégio Eleitoral embora tivesse
um aparelho de televisão em seu quarto de hospital no Rio de Janeiro, felicitou
o sucessor por telefone e, no dia seguinte à eleição, recebeu Tancredo para uma
conversa no Palácio do Planalto.
“Poderemos fazer deste país uma
grande nação”, disse Tancredo Neves para encerrar seu discurso como presidente
eleito, citando Tiradentes.
Porém, na véspera de tomar posse,
em 14 de março daquele ano, Tancredo foi internado em estado grave, no Hospital
de Base de Brasília, e Sarney assumiu o cargo.
Depois de ser submetido a sete
cirurgias — duas realizadas em Brasília e outras cinco em São Paulo —, o
político mineiro morreu no dia 21 de abril de 1985, na capital paulista.
Fonte: Acha Brasília |